terça-feira, 23 de setembro de 2014

São Luís tem rotina alterada após ataques

No centro da cidade pouca movimentação de clientes e lojistas reclamam de prejuízos. População teme novos atentados e evitar sair de casa para não ter que usar os coletivos, possíveis alvos dos criminosos.

Publicação: 23/09/2014 07:58



























O fim de semana na capital foi marcado pela violência e após os ataques aos ônibus a população vive em clima de insegurança A equipe de O Imparcial esteve no centro da cidade e constatou a baixa movimentação, na Praça Deodoro, onde costuma-se circular milhares de pessoas diariamente. O local estava praticamente vazio.

A Rua Grande é um dos centros comerciais populares de maior movimentação em São Luís, mas poucas pessoas transitavam. Nas lojas não havia clientes e os funcionários estavam de braços cruzados no interior dos estabelecimentos. De acordo com o proprietário da Loja Camellus Calçados, Fábio Ribeiro, a situação é preocupante, pois a cidade está um verdadeiro caos e isso afeta toda a comunidade. “A população sofre com esses ataques, já que as pessoas estão com medo de sair de casa, com a incerteza de que a qualquer momento os coletivos parem e eles fiquem pelo meio do caminho ou que possam ser vítimas de algum ataque”, falou.

Fábio afirmou que o movimento caiu bastante, pois as pessoas não estão indo as compras, além dos incêndios aos ônibus surgiram muitos boatos de que iam invadir a rua grande e os shoppings da cidade. Com isso todo o faturamento fica comprometido, pois os vendedores não conseguem atender as metas estipuladas para o fim do mês. 

“A cidade vive um momento delicado, temos que pedir a Deus que nos proteja e aos nossos governantes que tomem as medidas necessárias o mais rápido possível, é inadmissível o crime organizado tomar conta dos órgãos responsável pela nossa segurança”, desabafou o proprietário.

Um vendedor que não quis se identificar, disse que optou pelo transporte alternativo para chegar ao serviço, porque está com medo de andar de ônibus e confessa que se pudesse nem trabalharia com essa insegurança toda em que a cidade vive. Ele afirmou que a violência acaba prejudicando as vendas e trazendo prejuízos a todos os que vivem do comércio.

A aposentada Helena Mendes falou que saiu de casa, apenas porque iria resolver alguns problemas pessoais inadiáveis, porém com muito medo, pois depende do transporte coletivo. O Imparcial encontrou também alunos da rede estadual, que foram liberados mais cedo, por conta dos boatos de que os ônibus iriam parar a qualquer momento, as paradas estavam vazias, os coletivos estavam transportando poucas pessoas, o cenário da cidade era atípico para um começo de semana.

Segundo o músico, Sidney Frazão, morador do Cohatrac não há como não mudar a rotina da cidade depois dos ataques que ocorreram na cidade, as pessoas estão sobressaltadas, inseguras, só saem quando é de extrema necessidade, pois não querem se arriscar a perder a vida. 

“Eu só estou aqui porque tive que vim no banco, resolver um problema na boca do caixa, se não fosse não viria, é um risco que estou correndo, pois vim de ônibus e também voltarei de ônibus. E penso eu que todos que estão aqui são porque vieram fazer algo que só poderia resolver hoje. O que estamos vivendo é uma falta de vergonha, um desrespeito com o ser humano”, reclamou o músico.

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